NOTÍCIAS
CNJ participa de aniversário de 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
26 DE OUTUBRO DE 2023
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) participou da comemoração pelo aniversário de 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos no evento “Diálogo Regional das Américas: O Povos Indígenas e o Acesso à Justiça”, em Santiago, no Chile. Coordenador do Fórum Nacional do Poder Judiciário para Monitoramento e Efetividade das Demandas Relacionadas aos Povos Indígenas (Fonepi), o conselheiro do CNJ João Paulo Schoucair representou o órgão em mesa do evento e citou ações praticadas pelo Poder Judiciário no sentido de promover maior aproximação dos povos indígenas com o acesso à Justiça.
“Posso assegurar que se tem hoje no Poder Judiciário brasileiro um ambiente institucional cada vez mais aberto ao diálogo e a qualquer debate que possa conduzir à ampliação da voz de povos indígenas. Mais do que isso: cumpre registrar que a alta administração judiciária brasileira está firmemente comprometida com o resgate histórico dos direitos humanos desses povos, ainda que se reconheça que há muito ainda por fazer”, afirmou o conselheiro, em seu discurso.
O evento, de iniciativa do Escritório Regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh), reúne até esta quinta-feira (26/10) representantes de países que abrigam essas populações originárias da América Latina e do Caribe: são cerca de 58 milhões de pessoas – 10% do total da população da região.
O conselheiro destacou que, na própria Constituição Federal brasileira, os povos indígenas são reconhecidos enquanto sujeitos de direitos, cabendo ao Estado brasileiro sua preservação e o respeito aos seus direitos e interesses. Sobre as medidas adotadas pelo CNJ, Schoucair citou a aprovação de cotas para indígenas em concursos públicos no âmbito do Poder Judiciário brasileiro e a elaboração de um protocolo para o registro civil dos grupos indígenas, com respeito à sua cultura, nome e traços históricos.
“Também temos buscado aperfeiçoar os trabalhos da Justiça com o aperfeiçoamento das equipes de antropólogos e especialistas que atendem aos tribunais brasileiros em processos judiciais relacionados às disputas indígenas”, afirmou. Na área penal, o conselheiro falou ainda sobre o acompanhamento de indígenas encarcerados – principalmente nos estados do Mato Grosso e Roraima. “Buscamos compreender a origem do fenômeno e assegurar, no decorrer do processo penal, a observância do devido processo legal e o respeito às particularidades culturais desses povos”, completou.
Em abril de 2022, o CNJ criou o Fórum Nacional do Poder Judiciário para Monitoramento e Efetividade das Demandas Relacionadas aos Povos Indígenas (Fonepi), por meio da Resolução n. 453, para elaborar estudos e propor medidas para o aperfeiçoamento do sistema judicial especificamente em relação a esse tema.
Composto por instituições que integram o Sistema de Justiça e por entidades como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o Fonepi é responsável pelo levantamento de inquéritos e ações judiciais que envolvam pessoas e comunidades indígenas e pela apresentação de sugestões em prol da modernização de rotinas e da estruturação dos órgãos do Poder Judiciário.
Américas indígenas
O objetivo do evento “Diálogo Regional das Américas – Os Povos Indígenas e o Acesso à Justiça” é reunir informações, experiências e conhecimento sobre os desafios e boas práticas em torno do acesso à justiça pelos povos indígenas. O resultado do encontro orientará a execução de ações e subsidiará o planejamento estratégico do ACNUDH.
De acordo com informações do Alto Comissariado da ONU, os conflitos por terras envolvendo povos indígenas em toda a América Latina estão mais profundos e frequentes, em consequência de maior pressão das indústrias extrativas e da agricultura industrial em grande escala. O fenômeno dos despejos em massa nas áreas rurais que atualmente afetam os povos indígenas faz parte desse contexto.
“Fomentar debates sobre os povos indígenas, bem como refletir sobre possíveis políticas e ações para assegurar o seu amplo acesso à Justiça, inclusive com o enfrentamento de eventuais obstáculos à efetivação de tal direito, revela-se necessário para o desenvolvimento da história da humanidade”, completou Schoucair.
Texto: Regina Bandeira
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias
The post CNJ participa de aniversário de 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
Guaíba terá ação de recuperação de documentos a partir de segunda-feira
10 de junho de 2024
A Comarca de Guaíba programou atendimentos pelo Recomeçar é Preciso! em diferentes locais da cidade a partir de...
Anoreg RS
Corregedor Nacional de Justiça destaca importância da consulta pública sobre interinidade em Cartórios para aprimorar serviços extrajudiciais
10 de junho de 2024
A iniciativa visa adequar as regras à decisão do STF, que estabeleceu um prazo de seis meses para que cartórios...
Anoreg RS
Governo define regras para compra de imóveis para desabrigados no RS
10 de junho de 2024
Moradias deverão atender famílias com renda de até R$ 4,4 mil O Ministério das Cidades publicou no Diário...
Anoreg RS
Provimento n. 171 do CNJ altera artigos do Código Nacional de Normas sobre o registro imobiliário no caso de terra indígena
07 de junho de 2024
Altera a redação dos artigos 425 e 431 do Provimento CNJ n. 149/2023, que institui o Código Nacional de Normas da...
Anoreg RS
Provimento n. 168 do CNJ dispõe sobre as propostas de solução negocial prévia ao protesto e renegociação de dívida já protestada
07 de junho de 2024
Altera o Código Nacional de Normas da Corregedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça – Foro...