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Personagens Gaúchos: A despedida de Luis Fernando Verissimo
13 DE OUTUBRO DE 2025

Projeto da Anoreg/RS resgata a trajetória do escritor a partir de sua certidão de óbito

O Brasil perdeu um de seus maiores cronistas. O escritor Luis Fernando Verissimo morreu aos 88 anos, na madrugada do dia 30 de agosto deste ano, em Porto Alegre. A informação consta em sua certidão de óbito, registrada no Cartório de Registro Civil da 3ª Zona de Porto Alegre.

Verissimo estava internado no Hospital Moinhos de Vento desde 11 de agosto e faleceu às 00h40, vítima de sepse, pneumonia e complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral. A certidão também aponta como causas associadas o Mal de Parkinson, diabetes mellitus e hipertensão arterial.

O escritor deixou a esposa, Lúcia Helena Massa Verissimo, com quem foi casado por mais de seis décadas, os filhos Fernanda, Mariana e Pedro, além de dois netos. Seu sepultamento ocorreu no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre.

Nascido em 26 de setembro de 1936, Luis Fernando Verissimo era filho de Érico Verissimo – outro gigante da literatura brasileira – e de Mafalda Volpe Verissimo. Cresceu cercado por livros e cultura, e passou parte da infância e adolescência nos Estados Unidos, onde estudou em San Francisco, Los Angeles e Washington.

O convívio internacional o aproximou da música, especialmente do jazz, paixão que o acompanhou por toda a vida. Tocava saxofone e chegou a se apresentar em grupos musicais, conciliando a arte com sua formação intelectual. Carregava no sangue a vocação literária e, ainda jovem, iniciou sua trajetória como jornalista e publicitário, atuando em redações e agências de propaganda. Sua estreia literária veio em 1973, com O Popular, uma coletânea de crônicas que já revelava seu humor refinado e olhar crítico sobre o cotidiano.

Ao longo da carreira, publicou mais de 80 obras, transitando entre gêneros como a crônica, o conto, o romance, a literatura policial e a sátira. Seus textos foram traduzidos para diversos idiomas e conquistaram leitores em todo o mundo.

Com talento singular para criar tipos caricatos e ao mesmo tempo universais, Verissimo deu vida a personagens que entraram para o imaginário popular, como o irreverente Analista de Bagé, o detetive Ed Mort e a irônica Velhinha de Taubaté. Suas crônicas também ganharam as telas da televisão, como na série Comédias da Vida Privada, exibida nos anos 1990.

Nos últimos anos, Verissimo enfrentava problemas de saúde. Sofria de Parkinson e complicações cardíacas – em 2016, precisou implantar um marcapasso. Em 2021, foi vítima de um AVC, que afetou suas capacidades motoras e de comunicação. Ainda assim, sua presença se manteve viva na literatura, nas releituras de suas crônicas e no imaginário de leitores fiéis.

Despedida

O velório foi marcado por emoção e homenagens no Salão Nobre Júlio de Castilhos, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, onde amigos, familiares, leitores e autoridades prestaram suas últimas reverências.

Luis Fernando Verissimo deixa não apenas uma vasta obra literária, mas também a lembrança de um olhar afiado, bem-humorado e crítico sobre a vida cotidiana, a política e os costumes brasileiros. Um cronista que fez da leveza e da ironia ferramentas para revelar a complexidade da sociedade.

Quer participar?

Os cartórios interessados em participar do projeto podem compartilhar sugestões de nomes de personalidades gaúchas marcantes que estão registradas em suas serventias, enviando um e-mail para imprensa@anoregrs.org.br. Com as informações iniciais, a equipe de Comunicação da Anoreg/RS retornará o contato para dar continuidade à produção da reportagem.

Fonte: Assessoria de Comunicação – Anoreg/RS

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